A jornalista Wanda Chase faleceu na madrugada desta quinta-feira (3), em Salvador, em decorrência de complicações cirúrgicas, de acordo com o jornal Correio. Nascida em Manaus, Wanda fez história na comunicação baiana e era conhecida por seu ativismo nas causas do povo preto.
Carinhosamente chamada de "Wandinha" pelos amigos, ela foi condecorada como cidadã soteropolitana e estava prestes a receber o título de cidadã baiana. Evangélica, surpreendia muitos ao revelar sua fé, quebrando estereótipos. Durante anos, brilhou nas telas da TV Bahia, tornando-se uma das jornalistas mais respeitadas do estado.
Com uma trajetória marcada por pioneirismo, Wanda se destacou ao abordar temas ligados à cultura afro-brasileira. Sua paixão pela comunicação e pela valorização da negritude a levou a criar colunas sobre o Mundo Negro, tanto no jornalismo impresso quanto na TV. Segundo relatos de colegas, foi incentivada pelo editor Roberto Appel a levar essa abordagem para a televisão, onde consolidou seu nome.
Além de sua atuação jornalística, Wanda era presença constante no Carnaval da Bahia e em eventos internacionais ligados à cultura afro-brasileira. Cobriu diversas edições da Lavage de La Madeleine, em Paris, e participou de festividades como a Lavagem de Nova York e a Jam Session de Montreux, na Suíça.
A última vez que esteve reunida com amigos do meio artístico e jornalístico foi em Brasília, em uma audiência pública para a criação do Dia Nacional do Axé, iniciativa da deputada Lídice da Mata. O evento contou com a presença de personalidades como os jornalistas Paulo Borges e Hagamenon Britto, além de artistas como Manno Góes, Márcia Short e integrantes da Banda Mel e do grupo Jammil.
O falecimento de Wanda Chase representa uma grande perda para o jornalismo e para a cultura baiana. Seu legado, no entanto, seguirá vivo na memória de colegas, amigos e admiradores que acompanharam sua trajetória de dedicação e luta por representatividade.