A Justiça do Trabalho da Bahia recebeu, nesta terça-feira (27), uma reclamação trabalhista movida por uma recepcionista de 25 anos contra a imobiliária em que trabalha desde 2020. O valor pleiteado chega a R$ 40 mil, incluindo indenização por danos morais e pedido de demissão indireta.

Motivo da ação: Em fevereiro, a funcionária adquiriu uma “boneca reborn” — réplica hiper-realista de bebê de silicone — e alega possuir “profundo vínculo materno” com o objeto. Ao comunicar à empresa sua “condição de mãe” e solicitar 120 dias de licença-maternidade, além do salário-família, teve ambos os pedidos negados sob a justificativa de “não ser mãe de verdade” e foi constrangida na frente de colegas, que teriam dito que ela “precisava de psiquiatra, não de benefício”.

Argumento da defesa: O documento protocolado no TRT-5 sustenta que a empresa cometeu “falta grave, rompendo o dever de respeito e boa-fé”, ao ignorar o reconhecimento jurídico e psicológico do vínculo afetivo materno. “Negar esse direito é negar a própria subjetividade feminina, reduzindo a mulher à sua função reprodutiva e desconsiderando avanços do direito civil, da psicologia e da neurociência sobre apego emocional”, afirma a defesa.

Próximos passos: A audiência inaugural ainda não tem data marcada. A trabalhadora busca não apenas a concessão retroativa do benefício pleiteado, mas também reparação pelos danos morais decorrentes do constrangimento e da recusa arbitrária.