O São João da Bahia em 2025 vem chamando atenção não apenas pelas festas espalhadas pelo interior do estado, mas também pela mudança no perfil das atrações. Um dos principais exemplos disso é o DJ Alok, que foi contratado para duas apresentações em eventos juninos em cidades baianas, com um cachê milionário.
Segundo dados do Painel de Transparência dos Festejos Juninos, divulgados pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) no domingo (1º), Alok se apresentará em Jequié, no dia 20 de junho, e em Irecê, no dia 21. O artista vai receber R$ 750 mil por show, totalizando R$ 1,5 milhão pelos dois dias.
A escolha de um DJ eletrônico em destaque no São João reforça uma tendência que vem preocupando defensores da cultura nordestina: o declínio do forró, gênero tradicional da festa, diante da ascensão de outros estilos como o arrocha.
Segundo o Painel, entre as dez atrações mais contratadas para os festejos juninos na Bahia em 2025, apenas três são artistas de forró: Batista Lima, Mastruz com Leite e Calcinha Preta. As demais atrações pertencem a outros gêneros, principalmente o arrocha, que domina o ranking.
Toque Dez – 39 shows – R$ 11,2 milhões
Tayrone – 23 shows – R$ 6,5 milhões
Devinho Novaes – 22 shows – R$ 4,5 milhões
Batista Lima – 19 shows – R$ 3,4 milhões
Silfarley – 19 shows – R$ 3,5 milhões
Mastruz com Leite – 17 shows – R$ 3,8 milhões
Unha Pintada – 17 shows – R$ 5,6 milhões
Natanzinho Lima – 16 shows – R$ 9 milhões
Thiago Aquino – 16 shows – R$ 4,4 milhões
Calcinha Preta – 14 shows – R$ 6,8 milhões
Enquanto isso, artistas clássicos do forró tradicional enfrentam queda na demanda, alimentando o debate sobre a descaracterização cultural dos festejos de São João, especialmente em um estado historicamente marcado pelas tradições nordestinas.